A parábola dos talentos contada pelo Senhor Jesus é uma das mais lindas ilustrações acerca de princípios do reino de Deus, em relação ao serviço que prestamos a Ele, antes de sua volta. Fala de oportunidades, privilégios e mordomia em relação a sua obra.
Jesus se auto-representa na parábola como um dono de terras que tem que se ausentar e confia a serviçais o trabalho em sua propriedade. Note que o trabalho é feito sem nenhuma fiscalização do patrão. Somente no final é que haverá o acerto de contas. A eles caberia trabalhar com toda a liberdade: “...Negociai até que eu venha” (Luc.19:13).
Isso fala da liberdade que cada um de nós temos para trabalhar aqui. Aparentemente não há uma fiscalização. Cada um de nós faz do jeito que entendemos que deve ser feito.
Reino de Deus ou Reino dos Homens – Ouvi um dia desses de um obreiro frustrado com a conduta de homens desleais na obra de Deus, que infelizmente tudo na igreja não passa de reino humano, pois mesmo o Senhor vendo tantas coisas erradas acontecendo, ele permite e não intervém. Eu disse a ele que a obra é de Deus, independente dos homens que estão à frente, mas o acerto de contas de nossa mordomia e trabalho, será mais à frente. Por enquanto, continua esse “vale tudo” inescrupuloso de pessoas que tem visão de trono e não de reino.
Enfocando o Menor
Jesus fala de três servos que receberam os talentos, segundo sua capacidade pessoal. Eram pessoas que certamente tinham a confiança irrestrita do seu senhor. Um recebeu cinco, outro dois e outro um, com toda a liberdade de usá-los como quisessem.
O que recebeu cinco, não titubeou, e saiu em busca de um retorno à confiança de seu senhor, da mesma forma fazendo o que recebeu dois. Mas o enfoque maior fica para o primeiro, e Jesus fez questão de destacá-lo negativamente:“Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (Mat.25:18).
O erro maior foi aquele trabalhador ter recebido os bens do seu senhor e negligenciado. Quantos jornaleiros não gostariam de estar no lugar daquele homem, mas o privilégio foi dado e ele, e por isso, seu senhor não conseguiu entender o seu desdém para com o talento recebido, pouco na verdade, mas era sua capacidade para aquilo (Mat.25:15).
Tentaremos nos colocar no lugar daquele homem, e analisar o por que, e por quais razões ele perdeu a oportunidade de ser um legítimo representante dos bens do empresário, que, diga-se de passagem, deixou aos cuidados dos trabalhadores suas terras, partindo para bem longe e demorando-se a voltar: “E muito tempo depois, veio o Senhor daqueles servos e ajustou contas com eles”(Mat.25:19). Tenhamos cuidado como cuidaremos das coisas do Senhor Jesus na sua ausência, ainda que a priori, pareça que Ele está demorando a voltar (Hab.2:3, Mat.25:5, Luc.12:45).
Mas por que ele enterrou o talento recebido? Eis algumas razões:
1)Não valorizou o que recebeu
Subestimou o talento recebido. Os recursos eram poucos e por isso julgou ele, desnecessário seu uso. Quem menos tem, passa por um processo de auto-comiseração. Acham-se diminuídos e fragilizados ante a força do sistema, e por isso, se julgam sem nenhum valor perante os mais graduados em dons e talentos.
Talentos e dons são para serem usados independente de quantidade, pelo contrário, ainda que pouco, temos que empregar maior qualidade possível em seu uso.
Temos a tendência sempre de subestimarmos nossos poucos e parcos recursos por entender que quem tem mais, possui obrigações maiores. Mas o princípio divino do serviço do Reino revela-nos que nossas obrigações são iguais, independente de quanto temos ou fazemos.
2) Não achou lugar para usá-los
Na justificativa que ele deu ao seu senhor, no acerto de contas, isso fica bem claro: “...Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste”(Mat.25:24). Veja que ele enterrou o talento quem sabe na estranha esperança que ele germinasse, brotasse e enfim frutificasse, e quando viesse o senhor das terras ele teria algo em contrapartida. Errou feio, pois dons e talentos não nascem de semeaduras, pelo contrário, recebe-se das mãos de Deus (Tg.1:17) e tem que ser desenvolvidos por nós mesmos. Depende 100% de cada um de nós.
Na resposta dada pelo dono da terra ficou claro que ele não aceitou o enterro do talento: “...devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e , quando viesse, receberia o que é meu com os juros” (Mat.25:27). O senhor estava dizendo que talentos semeados não nascem da terra, mas podem ser acrescidos nas mãos de banqueiros. Banqueiros aqui simbolizam obreiros que sabem dar chances a quem tem talentos, pelo menos os juros chegarão as mãos do Senhor.
No afã de achar um uso para o bem recebido, quem sabe o homem disse consigo mesmo: “Vou enterrá-lo. Quem sabe ele nasce”. Errou, pois o talento não nasceu e nada tinha a ser colhido do talento escondido. O que ele queria dizer com o enterro do talento, é que não havia um lugar plausível para usá-lo.
Este é o problema maior de muita gente hoje, esquecem-se que o Senhor Jesus dá a todos nós, seus preciosos dons e talentos, para um uso útil: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”(I Cor.12:7).
Amado, não inutilize seus (ou seu) talentos. Encontre lugar para usá-lo onde quer que seja. Não o enterre alegando falta de oportunidade, pois em algum lugar no reino, haverá uma utilidade a altura do seu talento, a você compete apenas achar esse lugar. Ore a Deus, Ele irá revelar a você, o que o Senhor não quer e no seu retorno encontrar seus dons e talentos enterrados e sem uso. Cuidado, pois não encontrarás uma desculpa razoável diante Dele. Isso pode comprometer até mesmo sua salvação (Mat.25:30)
3) Tinha visão errada do seu senhor e se relacionava mal com ele
“...Conhecia-te que és um homem duro...”. Que pensamento mais tolo. O pobre mordomo imaginava seu senhor como um tirano, um déspota insensível que só pensava em castigá-lo se falhasse. Se o empresário fosse assim tão frio e insensível como imaginava seu funcionário não teria deixado eles à vontade com seus bens a mercê dos mordomos.
Infelizmente, hoje no Reino de Deus, muitos estão parados em relação a talentos e dons exatamente por não conhecer seu Senhor na intimidade e por não se relacionar bem com Ele. Relacionam-se baseados no que ouvem por bocas alheias e naquilo que aprendem de terceiros e não por experiência pessoal.
Amado de Deus é hora de buscarmos algo mais profundo com Deus, e assim, descobrir o que Ele quer de nós em relação a seu reino aqui na terra.
4) Preferiu a Neutralidade
Aquele homem pensou que enterrando o talento recebido, ficaria neutro e não precisaria nem se desculpar em relação a seu senhor. Ele entenderia sua preferência pela neutralidade e não cobraria dele o não uso do talento, afinal, era só um, e não faria falta a seu senhor. Mas neutralidade, "murismo", indecisão são coisas que estão fora do dicionário divino. Quem assim procede, mais cedo ou mais tarde irá atrair para si a ira do Senhor.
Não tem nenhuma desculpa amado de Deus, para você deixar de usar os dons e talentos que Deus lhe deu. Afinal, alguma coisa você sabe fazer para Ele. Não importa o que. Procure seu lugar no Reino de Deus.
Aleluia! Mensagem abençoada a qual hoje, eu Antonio Cordeiro, pb (músico) da Ass. de Deus da cidade de Seropédica, Rj; quase que outrora, fazia jus a essa parábola. Mas graças a Deus, tenho me envolvido mais e mais no reino de Deus, dedicando meu talento em prol da Sua obra. Deus abençoe sempre sua vida, sua família e ministério.
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