ABRAÃO, O AMIGO DE DEUS (TG 2.21-23)
Texto: "21 Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? 22 Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. 23 E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus".
INTRODUÇÃO:
2. De certa forma, amigo é alguém com o qual desfrutamos de uma grande intimidade, a quem expomos nossos segredos sem a preocupação de ficarmos expostos! Jamais teremos em nosso rol de amigos pessoas nas quais não confiamos! A relação de amizade será também uma relação de confidências, onde se encontra apoio, consideração, ajuda. É por esta razão que a traição vinda por um amigo é a pior das traições – "E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós", Lc 21.16.
3. Queremos abordar hoje, o relacionamento de amizade que existia entre o patriarca Abraão e o Deus de Poder. Observe que não foi Abraão que se colocou em lugar de "amigo de Deus", mas foi Deus quem o qualificou como amigo. Deus reconhecia em Abraão um amigo para o qual podia confidenciar os mais profundos segredos – "E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço?" (Gn 18.17).
4. Queremos analisar: ALGUMAS VIRTUDES QUE QUALIFICARAM ABRAÃO A SE TORNAR "AMIGO DE DEUS"
I. SUA FÉ INIGUALÁVEL2. Porém ao olharmos para Abraão iremos encontrar nele uma fé sem precedentes na história! Não é por acaso que ele é chamado nas Escrituras de "Pai da Fé" – "...para que fosse pai de todos os que crêem...", Rm 4.11. Sua fé foi demonstrada em muitos episódios narrados na Palavra de Deus. Vejamos pelos menos dois fatos:
a) Em sua saída para peregrinar em Canaã, Hb 11.8, "8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9 Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus".
- Veja que como Abraão, deixou tudo – família, bens, propriedades, e partiu sem saber para onde ia, apenas confiando naquele que lhe dera a missão. Aos olhos humanos seria uma fé burra! Deixou todo conforto de uma classe média da época para viver como peregrino em terra estranha!
b) No sacrifício de Isaque, Hb 11.17-19, "17 Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas, 18 e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, 19 julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou".
- Todos sabemos das dificuldades de Sara para engravidar. Aos noventa anos, quando sua vida fértil já havia cessado, Deus promete a Abraão que do ventre estéril, infértil, nasceria um filho, de onde surgiria uma grande nação. Esta promessa foi cumprida com o nascimento de Isaque Porém num determinado dia, quando Isaque já era jovem, Deus o pede em sacrifício.
- Qual foi a reação de Abraão? Poderia ele ter questionado, uma vez que o Senhor iria agora destruir as esperanças de sua prole. Porém, Abraão ofereceu Isaque, com a convicção de que Deus o poderia ressuscitar, não deixando que a promessa se escoasse ralo abaixo. Ele se manteve firme naquele que lhe dera a promessa!
3. Como filhos de Deus, que tipo de fé temos praticado? Temos crido nas promessas divinas exaradas nas páginas das Escrituras? Devemos ter a fé de Abraão, crer no invisível. Em Romanos temos uma expressão significativa para descrever a fé do patriarca – "...o qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações", Rm 4.18. Não havia qualquer esperança para uma gravidez de Sara. Crer contra a esperança é crer que o impossível poder ser realizado! Quando achamos que tudo está perdido, ainda nos resta Deus e sua Palavra! Confiemos!
II. SUA OBEDIÊNCIA INCONDICIONAL
2. Somente através da obediência podemos agradar a Deus! Deus não compactua com rebeldes, com desobedientes. A palavra de Deus nos fala que "fomos eleitos para a obediência" – "eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo", 1 Pe 1.2. Se somos de fato convertidos, renascidos pela Palavra e Espírito de Deus, devemos nos portar como "filhos obedientes".
3. Na área da obediência, temos muito a aprender com Abraão. Analisemos as mesmas passagens citadas acima envolvendo sua obediência a Deus:
a) "Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara", Gn 12.4. "Partiu sem saber para onde ia", Hb 11.8.
- Alguma vez, pela ordem de Deus já fizemos uma loucura semelhante? No mínimo, Abraão poderia perguntar: Para onde vou? O que fazer? Qual será a minha missão? No entanto, ele saiu apenas obedecendo a ordem de Deus para peregrinar numa terra estranha, na esperança de que aquela terra seria dada futuramente aos seus descendentes. Abraão simplesmente creu na promessa divina!
- Deus quer que seu filhos sejam obedientes em tudo, crendo que Ele tem o melhor para nós. É este tipo de obediência que encontramos em Paulo, prostrado na estrada de Damasco – "Que farei Senhor"?, At 22.10. Foi esta também a postura de Maria ao receber a mensagem do anjo – "...Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra", Lc 1.38. Embora Paulo não soubesse o que viria pela frente – seria transformado de "perseguidor" em "perseguido" - e Maria tivesse vendo sua reputação ir por água abaixo por gerar um filho sem pai, numa sociedade repressiva, ambos obedeceram a Deus contra todas as circunstâncias.
b) "2 Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar. 3 Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera", Gn 22.2-3.
- Observe a postura de Abraão frente à ordem divina para que entregasse seu filho Isaque ao sacrifício. Novamente, encontramos Abraão sendo testado em sua obediência. Alguns questionamentos poderiam ter lugar aqui, como por exemplo: "Senhor, este não é o filho da promessa?". "Se ele morrer, não morrerá também a esperança da ‘grande nação’?" Porém, Abraão simplesmente obedeceu!
- Precisamos deixar de reclamar, resmungar e atentarmos para a voz de Deus! Muitos crentes acabam entrando pelo caminho da frustração, do descontentamento e do desassossego por negligenciarem a obediência. Ao sermos desobedientes, corremos o risco de perder privilégios, como aconteceu com muitos filhos de Deus no passado, que não puderam desfrutar da terra da promessa – "E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes?", Hb 3.18.
4. Aprendamos com Abraão que vale a pena obedecer a Deus! Aquele que obedece é honrado pelo Senhor!
III. SEU TEMOR A DEUS
1. Temor a Deus, eis algo difícil para nós! Dizemos que tememos a Deus, mas quando temos oportunidade de demonstrar isto na prática, observamos o quanto precisamos aprender sobre a questão. Quantas vezes fazemos a obra de Deus fraudulentamente ("Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente...", Jr 10.48), pela falta de temor? Deus se alegra quando seu povo O teme! Devemos lembrar que ter "temor" não é o mesmo que ter "medo de Deus", mas sim reverenciá-lo com as honras que lhes são devidas!
2. Abraão demonstrou na prática o seu temor a Deus, quando deu Isaque em sacrifício! Devemos lembrar que Isaque era tudo o que Ele tinha - seus propósitos, sua esperança na velhice, a continuação de sua prole, etc. No entanto, quando Isaque foi requisitado para o sacrifício, Abraão o ofereceu instantaneamente. Quando amamos e tememos a Deus, oferecemos a ele tudo o que somos e tudo o que temos!
3. Um fato digno de nota foi o reconhecimento de Deus logo após o ato de Abraão para sacrificar Isaque – "...porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho", Gn 22.12. Eis o temor demonstrado na prática – a entrega do arrimo, da muleta, do meu tudo! Temer a Deus é acima de tudo, demonstrar confiança! É saber que embora possamos perder tudo, ganhamos a graça de Deus, que nos é suficiente – "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza", 2 Co 12.9.
4. Não precisamos dizer que aquele que teme a Deus, é abençoado por Ele de todas as maneiras. Senão, vejamos algumas delas:
a) Quem teme a Deus é coroado com sabedoria, Sl 111.10, "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre".
b) Quem teme a Deus, terá seus dias prolongados, Pv 10.27, "O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os ímpios serão abreviados".
c) Quem teme a Deus será guardado dos laços da morte, Pv 14.27, "O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte".
4. O grande segredo de uma vida vitoriosa na fé cristã é andar no temor do Senhor. A igreja primitiva prosperava porque todos demonstravam temor na presença de Deus – "Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos", At 2.43. Note que os sinais e prodígios eram provenientes do grande temor que abrangia a igreja!
Quando há temor de Deus, grandes maravilhas acontecem, e a igreja de Deus sai da zona do esquecimento, para o campo de reconhecimento! É por esta razão que a igreja primitiva "caía na graça de todo o povo" e diariamente "acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos", At 2.47.
CONCLUSÃO:
1. Temos sido reconhecidos por Deus como seus amigos? Quando Jesus ensinava seus discípulos, nos deu uma instrução importante: "14 Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer", Jo 15.14-15. Como filhos de Deus legítimos, Jesus nos reconhece como "seus amigos", nos levando a conhecer as verdades de Deus!
2. Como Abraão, precisamos trabalhar nossa intimidade com Deus, desenvolvendo a fé em suas promessas, sendo-LHE obedientes em tudo e vivendo uma vida cheia de temor. Se tivermos tais cuidados, com certeza nossa vida não será mais a mesma! Iremos provar os milagres e prodígios de Deus em nós! Cairemos na graça daqueles que circundam ao nosso redor, ao mesmo tempo em que o Senhor os estará chamando para sua graça salvadora.
AGRADEÇO A DEUS POR SUA VIDA !! POR MENSAGENS TAO EDIFICANTES , POIS MUITAS PESSOAS ESTAO SOFRENDO, POR FALTA APENAS DE UMA PALAVRA , QUE CURA TRANSFORMA E LIBERTA DEUS ABENÇOE PASTOR , NUNCA DEIXE FALTAR A PALAVRA DE VIDA !! E VIDA ETERNA ESTAREI DIVULGANDO , A OUTRAS PESSOAS TBM DEUS ABENÇOE VOCE E TODOS OS SEUS !!
ResponderExcluirO entregador de cartas vem à minha casa, eu lhe digo: "Eu sabia que você viria me entregar a correspondência". Naturalmente a cara do entregador para mim vai ser de crítica, sinalizando minha frase desnecessária.
ResponderExcluirAgora se transponha o caso acima para o caso de Deus e Abraão: "...agora sei que temes a Deus..." Puxa! Só agora?
É claro que aquela frase do texto bíblico é desnecessária, um penduricalho textual. Então, qual a verdadeira utilidade dela, se a Bíblia categoriza Deus como onisciente? A verdade pode ser aquela que menos desejamos: Deus, às vezes, precisa realmente testar o homem, como ocorre e é declarado claramente em muitos outros contextos bíblicos, para ter o conhecimento do conteúdo das intenções; do contrário, ele não consegue lográ-los. Fez isso com o povo no deserto, fez isso com Ezequias.
É claro que a retórica contrária a esta abordagem vai esgoelar-se para projetar um oceano de argumentos opostos, todos eles realmente apresentando evidência textuais e contextuais INEXPUGNÁVEIS da onisciência de Deus, o que, no entanto, não destrói a ilação acima, esta baseada num simples raciocínio: Deus precisou testar, para poder saber. Assim, a mim me parece, e pode parecer a muitos, que a Bíblia é reduto de afirmativas que se anulam mas que estão lá, convivendo, sem que ninguém se abilite a fazer a confrontação. Infelizmente, para a Bíblia, se alguém o fizer, será como o choque de matéria e antimatéria, estas desaparecerão.
Obrigado pelo espaço, um grande abraço.
Hoozemberg de Oliveira.
João Pessoa, PB.
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