A juventude brasileira é
a segunda mais otimista em relação ao seu futuro pessoal e a terceira a
considerar que as perspectivas de seu país são promissoras, segundo a pesquisa
“2011 – A Juventude do Mundo”, divulgado pela Fundação para a Inovação Política
(Fundapol) da França na noite de terça-feira.
A pesquisa revela as
aspirações, os valores e as preocupações atuais dos jovens no mundo. Ela foi
realizada em 25 países em cinco continentes, com 32,7 mil pessoas.
Segundo o estudo, 87%
dos jovens brasileiros consideram que seu futuro será promissor, atrás apenas
dos indianos (90%).
Em relação ao futuro de
seus países, o otimismo dos jovens do Brasil fica em terceiro lugar: 72%
acreditam que ele também será promissor. Na Índia, o índice foi de 83% e, na
China, de 82%.
No entanto, apenas 17%
dos jovens gregos, 23% dos mexicanos, 25% dos alemães e 37% dos americanos
consideram que o futuro de seus países será promissor.
Os jovens das grandes
potências emergentes também são os que mais têm confiança de que terão um bom
emprego no futuro. No Brasil, esse índice é de 78%. No Japão, somente 32% acham
que isso irá ocorrer.
A juventude da Índia, da
China e do Brasil também é a que mais vê a globalização como uma oportunidade e
não como uma ameaça. Os números são, respectivamente, 91%, 87% e 81%.
“De uma maneira geral, se
considerarmos outros itens da pesquisa, podemos considerar que a juventude brasileira
é de longe a campeã de otimismo”, disse à BBC Brasil Dominique Reynié,
coordenador-geral do estudo e diretor do centro de estudos francês Fondapol.
Poluição
O vasto estudo, que
totaliza mais de 26 mil páginas, abordou 224 temas variados, que vão desde
questões econômicas, como emprego e aposentadoria, à confiança nas instituições
políticas ou na polícia, além de assuntos ligados à religião, família, sexo,
ecologia e internet, entre outros.
Alguns elementos dessa
ampla pesquisa, que ainda está sendo compilada em um livro de cerca de 500
páginas, foram divulgados em um evento na noite de terça-feira em Paris.
Segundo a pesquisa, os
jovens chineses são os mais preocupados com a poluição (51%). Em uma questão
sobre as três maiores ameaças para a sociedade, a poluição, para os chineses,
representa um problema maior do que a fome ou a pobreza (43%).
Já no Brasil, 61%
afirmam que temem mais a fome ou a pobreza do que a poluição (45%), como na
maioria dos países que integram o estudo.
A juventude brasileira é
a quarta que se diz mais disposta a dedicar tempo à religião (58%), atrás do
Marrocos (90%), da África do Sul (72%) e da Turquia (64%) e à frente de Israel
(52%). Já na França e na Espanha, esse índice é de apenas 15%.
Mais de um terço dos
jovens brasileiros acha que as relações sexuais só devem ser permitidas no
casamento, segundo a pesquisa. A média da União Europeia é de 20%.
Em relação às
prioridades para os próximos 15 anos (o questionário permitia escolher três em
uma lista de dez), 60% dos jovens indianos afirmam que querem ganhar muito
dinheiro.
Mas apenas 24%
responderam que ter filhos é um dos projetos importantes nesse período.
No Brasil, ganhar muito
dinheiro também é uma prioridade para 47% dos jovens (média semelhante à da
União Europeia).
E 39% afirmam que ter
filhos é um dos três projetos prioritários nos próximos 15 anos, diz o estudo.
A pesquisa descobriu
ainda que 39% dos jovens brasileiros dizem não estar dispostos a pagar pelas
aposentadorias das gerações anteriores, somente 27% dizem confiar no Congresso
e 62% preferem uma sociedade com distribuição de riquezas a uma sociedade que
recompensa o esforço individual – índice próximo aos dos países escandinavos ou
da França e bem acima dos outros grandes países emergentes.
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