02 janeiro 2020

O INIMIGO QUER ACABAR COM A UNIÃO DA IGREJA

- A Bíblia revela diferentes tipos de obstáculos que o Inimigo lançou contra a Igreja Primitiva com o objetivo de prejudicar a união nela reinante.
- Quando Paulo falava aos anciãos da igreja de Éfeso sobre o ataque à união, afirmou: “Vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós” (At 20.31).
- Paulo estava realmente disposto a pagar um preço bem alto, com sacrifício próprio, para conservar a união entre os irmãos.
- Para que, em nossos dias, possamos vigiar e combater as desuniões que apareçam, vamos conhecer alguns obstáculos com que o Diabo perturbou a Igreja Primitiva para prejudicar a união.
- Observemos também como o Espírito Santo proporcionou vitória ao povo de Deus ali.

1• A murmuração foi o primeiro obstáculo que o Inimigo introduziu para trazer desarmonia à Igreja Primitiva (cf. At 6.1).
- A murmuração surgida na igreja de Jerusalém podia ter trazido conseqüências ainda mais graves.
- No entanto, o Espírito Santo deu a Pedro uma orientação valiosa, pela qual ele convocou a igreja e lhe propôs que fossem escolhidos sete diáconos.
- Foi pela cooperação desses diáconos que as causas da murmuração foram eliminadas (cf. At 6.2-6) e a união na igreja prosseguiu (cf. At 6.7). Graças a Deus!

2• A discórdia doutrinária foi um outro tipo de embaraço pelo qual o Inimigo chegou a
ameaçar a união da Igreja Primitiva (cf. At 15.1).
- Aconteceu porque uma parte dos crentes que antes da sua conversão era constituída de judeus praticantes de todos os ritos da lei, queriam agora obrigar os demais, que antes eram gentios, a cumprirem as normas do judaísmo.
- Isso causou tal perturbação que se tomou uma ameaça terrível à paz na igreja, ameaçando dividi-la em duas facções.
- Porém, o Espírito Santo operou maravilhosamente: todos os envolvidos na questão se reuniram em Jerusalém, com a igreja e seus ministros.
- Por iluminação do Espírito, a Palavra de Deus trouxe luz à questão (cf. At 15.13-21), e o resultado foi maravilhoso.
- Podia-se dizer: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (cf. At 15.28), e: “alegraram-se pela exortação” (cf. At 15.31). A harmonia continuou!

3• O espírito de partidarismo era uma outra forma de empecilho que o Inimigo usava contra a união da igreja.
- Os crentes chegaram a ser dominados por esse espírito, querendo escolher seus ministros por pura simpatia pessoal.
- Diziam: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apoio, e eu, de Cefas” (1 Co 1.10,12).
- Que perigo tremendo!
- Mas também aqui o Espírito Santo deu orientação adequada aos ministros da igreja, os quais fizeram com que os crentes compreendessem que um ministro é simplesmente um servo de Deus, de quem haviam recebido a Palavra e crido (cf. 1 Co 3.4).
- A única pessoa unificante é Jesus, e Ele jamais pode ser dividido (cf. 1 Co 1.13).
- Com essa importante definição aquele grande perigo foi dissipado. Graças a Deus! 
- Essa lição traz um precioso ensino também para os nossos dias.

4• O fanatismo foi uma barreira perigosa que o Inimigo procurou levantar na igreja de
Colossos.
- Surgiram pessoas procurando promover a si mesmas por meio de supostas revelações e visões de anjos (cf. Cl 2.18), através das quais procuravam enganar (cf. Cl 2.4), tomando os demais crentes prisioneiros (cf. Cl 2.8), dominando-os ao seu bel-prazer, sob pretexto de santidade (cf. Cl 2.18).
- O mesmo perigo ameaçava também a igreja de Tiatira, onde uma parte dos crentes fiéis se sentiram tristes e injuriados por causa desses fanáticos (cf. Ap 2.24).
- Paulo deu à igreja de Colossos maravilhosas instruções a respeito disso.
- Ele recomendou que ninguém se deixasse dominar por esses desviados da sã doutrina, pois os que assim faziam não estavam ligados à cabeça (cf. Cl 2.19), Cristo.

5• A raiz de amargura foi um mal altamente perigoso e prejudicial que surgiu no meio dos crentes, motivo por que o apóstolo lançou uma advertência muito séria (cf. Hb 12.15), pois quando essa raiz brota, põe em perigo a união na igreja.
- A raiz de amargura atinge as pessoas que, nas lutas da vida, melindram-se por qualquer coisa.
- Em lugar de entregarem a Deus tudo o que gera ferida, eles deixam que tais coisas venham a produzir distúrbios na alma e causar perturbações que provocam a contaminação de muitos.
- O Espírito Santo jamais permite, em hipótese alguma, que alguém mantenha em seu coração uma raiz de amargura.
- Ele sempre nos orienta a perdoar (cf. Cl 3.13; 1 Pe 4 8) e a entregar tudo a Deus (cf. 1 Pe 5.7; SI 55.22), o qual nos liberta e faz com que possamos prosseguir de cabeça erguida (cf. SI 110.7).

6• Os crentes carnais também se tornam um perigo para a união na igreja. Quando um crente deixa de viver em renovação, não permanecendo na cruz (cf. G1 2.20), a sua velha natureza começa a se aniquilar e as obras da carne se manifestam em sua vida (cf. G1 5.19-21). Podemos notar que as obras da carne causam um esfriamento, uma perturbação à união, mas o Espírito Santo combate sempre a carne (cf. G1 5.17).
- Ele quer ajudar os crentes que são tentados, renovando-os e reconduzindo-os à cruz.
- O Espírito Santo, então, faz com que o fruto do Espírito de novo se manifeste nas suas vidas, e a união se efetive com a igreja e com Deus.

7• As pessoas que atraem os discípulos após si (cf. At 20.30) representam um perigo muito grande para a união na igreja, pois causam divisões (cf. Jd 19).
- Esse tipo de gente é realmente uma casta perigosa. 
- São pessoas mal intencionadas que, em lugar de pensarem na união da igreja, procuram fazer de si mesmas “líderes”, para mais tarde ajuntarem em tomo deles um grupo.
- Absalão (cf. 1 Sm 15.1-6) e Coré (cf. Nm 16.150) são exemplos que continuam vivos para nós, como um sinal vermelho de advertência, alertando a todos do perigo que é ingressar no caminho que eles trilharam.
- A Bíblia diz: “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá” (1 Co 3.17), e: “Não toqueis nos meus ungidos” (SI 105.15).
- Sejamos, pois, zelosos com a querida igreja do Senhor, fazendo tudo para “guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3).

FONTE: Teologia Sistemática – Eurico Bergsten

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